quarta-feira, 31 de março de 2010

.Não meu

Olha só, mais um relato
da boêmia sendo falado
de forma sóbria mas que
seja entendida bêbada.
De segunda à domingo
sempre é sexta, praquele
boêmio que vive na rua
mas é esperto o suficiente
pra não dormir na sarjeta.
Bebe, fuma, ri e briga,
tudo em casa, tudo em
família, como sempre,
No buteco da esquina.
Joga sinuca, e fala de
política, reina do prefeito
ladrão, mas puxa a bola
da caçapa que o companheiro
derrubou então.
O futebol nunca falta,
nem a cerveja ou pinguinha
nem o terresmo ou linguicinha,
tudo em casa, tudo em família,
sempre o buteco da esquina.
Saí de emprego num vê a mulher,
traí ela com a katia, quando
chega em casa só num apanha
é na sola do pé.
Essa vida boêmia é cansativa,
minha barriga que lhe diga,
sempre cultivando ela em casa,
sempre com a família.

quinta-feira, 25 de março de 2010

contradigo.

Levantei disposta a ver o sol
E, mesmo assim, louca pra sentir a chuva, de novo, em meu rosto.
Me calei com a sensação de ainda tinha palavras pra dizer
E, fui completa de razão em manter-me no silêncio.
Hoje, eu acordei mais cedo que o normal.
Eu quis dormir muito mais.
Tentei não me atrasar
Consegui chegar, ainda, mais tarde.
No desperdício da chance de tê-la
Ganhei o que menos buscava
Era tudo que precisava
Aquilo que nem queria, e mesmo assim, esperava.
Minto e nego, dizendo a verdade, enfim.
Sonhos loucos, não e sim.
Contradição?! Imagiina.
Desespero e calmaria
O calor da noite fria
Tempestade e silêncio.
O som da casa, vazia.
Eu ainda me perco nos versos...

domingo, 21 de março de 2010

demorou, mas saiu. rs

Louco, louco sentimento
Novo, velho, juramento
Dos resquícios da estupidez alheia
Toda a minha paciência
Toda a sua serenidade
O desejo e a coragem
Pra tornar tudo real
Mesmo sendo surreal
Era como se nem o chão estivesse lá.
E mais nada além de nós.
Não calávamos um só instante
E as horas voaram
Tal qual o pensamento
Tanto quanto os mesmos pássaros que nos acordaram com canto
Depois do alívio do pranto
Que ví dos seus olhos correr.
Queriam me ver morrer!
Gritava de dentro dela
Uma voz que nem à pertencia
E que mesmo assim saía
Descontrole, submissão
Desapego, sim e não.
Quanta coisa, quanta gente
Tudo que aqui dentro sente
E, de novo, novamente
Novos passos pra um outro lado.

quinta-feira, 18 de março de 2010

outra vez, amor.

Sem motivo, nem razão
Sem qualquer explicação
Pra tamanha loucura
Derradeira procura
Que acaba ao mesmo tempo.
Sinto, cada vez mais, perto
Um futuro, ainda, incerto
Peito aberto e permissão
Da querência descabida
Veio a cura pra ferida
Que se abriu no coração.
Veio o fogo, veio a sede
Mistura de medo e desejo
Onde tudo que mais vejo
É um novo caminho, enfim
Que se abre pra mim
Tanto quanto teus braços
Entrelaço *-*
Para cada passo meu
Um encontro ao teu abrigo
O refúgio do perigo
Que, sempre, tanto me acolheu
Renasceu aqui dentro
Tudo que sempre existiu
O amor que sequer saiu
De dentro do peito meu.
Talvez, por aqui se escondeu
Procurando uma resposta
E, disposta a não relutar
Me encaixei nas circunstâncias
Crendo na tolerância
Da saudade e da distância
Que me impede de ter-te
E, mesmo assim te querer.
Vou esperar...
Esperarei porque sei que virás.

quarta-feira, 17 de março de 2010

viver .-.

Vou morrer aos 15 anos
Desfazer-me dos planos
De criança e de hoje em dia
Quando ainda nem crescí
Das noites que mal dormi
Pensando em como ia ser
Esperando a tal partida
A estanca da ferida
Despedida.
Saltarei de bungee jump
Vou entorpecer, dos meus próprios sentimentos
Esquecer de todo aquele juramento e julgamento
Dentro do apartamento
Trancado e sozinho, enfim
Sozinho, tal qual à mim.
Tão morto por dentro aos poucos
Loucos!
Acreditam que posso ir?!
Eu nunca quis, mesmo, partir
Mas fizestes com que fosse
Me empurraste para o abismo
Do meu próprio anarquismo
Dentro de mim tão calado.
Explosivo, retraído
Prestes a gritar.
Disposto a desengasgar
Toda culpa e todo o medo
Despejar o tal segredo
De morrer pra viver bem.

terça-feira, 16 de março de 2010

delírio.

Delírios dos sonhos teus
Palavras, dispersas, soltas
Febril e com dor, enfim
Mas aquela que vem do peito
Do medo de perder a mão
Que se estende a cada dia
Pela angústia, agonia
De nem mais notícias ter
Pelo medo de perder
De, talvez, sofrer
Quando olhos já não vêem
Outros olhos a te olhar
Me preocupa o caminhar
Do destino e do caminho
Mal traçado, mesquinho
Que insistimos em continuar
Em seguir pra não voltar
Sem saber onde vai dar
Essa séria brincadeira.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Meu bom, tão meu, Haru *-*

Somos cúmplices do mesmo sentimento
mas não talvez das mesmas emoções,
apenas trocando palavras por suspiros,
lembranças ou ilusões de uma vida previsível
Incrível!
Tão somente como nós
Incompletos, sempre sós
Tão carentes de nós mesmos
Eloquentes querências
clemência!
O perdão de que tanto precisamos
Que vem de dentro da gente
E que se sente a cada instante
Insistente e intolerante
Sentimento angustiante
De assumir carência, enfim.

sábado, 6 de março de 2010

me deixa? ...voltar. ;x

É quando a solidão grita
Clama o sentimento do medo
Perdida na casa vazia
Sozinha, e meus pensamentos
E deveria, mesmo, voltar?
Arrisquei, de novo, um passo
O silêncio e seu cansaço
A corrida contra o tempo
E devendo, sigo, assim
Tudo tão distante de mim
E a chegada é a partida
Transcrita, perdida
Mais uma vez, dentro de nós
De quando estávamos dois
Calados, em meio ao nada
E nem precisávamos disso
Era apenas o nosso risco
Era o grito que dávamos mudos.
Imundos aos olhos alheios
Receio.
Seguros de nada, enfim
Sozinhos, um lá e eu aqui.
De onde jamais saí
Que não fosse por ti
Sem saber, nem esperar o amanhã
Sem razão pra fugas
Nem direção, nem vontade, sem culpa
Sem curvas na estrada seguinte
Carente daqueles segredos
Dos dias que eram tão nossos
Do jeito que só eu sei
Olhávamo-nos boca à boca
E nossas, suadas, mãos
Perdiam-se por, entre onde, achavam abrigo
Tal qual antigo lugar de esconder.
Aquele que, jamais, alguém vai saber
Por estar apenas aqui.
Permanecido, fincado, dentro do fim.
O fim que de mim não sai
E nem de ti, eu sei
Porque ainda me pedes pra ir
Querendo que eu fique
Que foque no mesmo alvo
À salvo da vertigem que me coube
Do desprezo e desassossego que me invade.
Pelas rimas nada justas
De palavras tão dispostas
Segue firme nossa aposta
Eu te deixo, se me deixares.

quarta-feira, 3 de março de 2010

sonho

Lá do meu imaginário
Sonho louco, apenas sonho
Imagem de um relicário
Guardada dentro de mim
Das lágrimas que vi caindo
Nos dias antecedentes ao fim
Seguia dos passos seus
Tão meus, suados e firmes
Perdidos naquela esquina
Incidentes, tempestades
Tamanha necessidade
Por algo que nem começou
Que mesmo assim, marcou
Os dias que foram meus
E tudo que ofereceu
E tudo que ofereci
A mão que, de noite, estendi
Calada na cama ao lado
Sentia que o tempo, parado
Corria pra longe enfim
Negava, de novo, assim
A vontade que me invadia
E, hoje, a cama vazia
Me faz acordar do sonho
Esquecer do que foi dito
Relembrando a cada instante
E a saudade, o semblante
Daquela, que tão distante
Deixou um atalho no peito
Emprestou-me o defeito
Da coragem permitida
Pelas noites mal dormidas
Velando teu sono bom
Marcando, suave, o tom
Das notas de uma canção
Não cantada, nem escrita
Retalhada, interrompida
Pelo recomeço do seu fim.

 Alma pequena, nunca valeu a pena. Nunca foi bonito não ter empatia. Porque agora tem de ser? Querer encontrar sentimento, onde só existe nú...