quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

 Alma pequena, nunca valeu a pena.

Nunca foi bonito não ter empatia. Porque agora tem de ser?

Querer encontrar sentimento, onde só existe número.

E é de onde vêm as angústias.

Mal curadas e compartilhadas com quem não as tem.

Com quem não quer ter. Mas e quem é que quer?

Volto no tempo e me pego escrevendo de novo, nesse velho lugar.

Que parece novo pra mim, não sei mais como fazer.

E, sempre, como se fosse ontem, as palavras saem da minha cabeça e transpassam pelas minhas mãos, de uma forma tão natural e quase mágica que, quando percebo, já disse mil coisas que nem são minhas.

E passam a ser, de mim e de todo mundo que precisar.

Porque a escrita é isso. É eternizar o pensamento que se é partilhado aos olhos de quem está disposto a ler.

Tenho sido engolida pelo livro da Rita Lee nesses últimos dias. E, percebi o quanto somos pequenos nesse mundo. E o quanto podemos ser grandes quando desejamos algo e vamos atrás desses "sonhos".

O quanto é possível realizar, sofre, chorar, sorrir e sobreviver nessa selva que é a vida.

Curta pra uns, passageira e frágil.

Longa, sofrida, solitária e baseada em apego para outros.

E, da minha vida, o que faço eu?

Quais os passos que me guiarão a partir daqui? Dessa decisão, desse futuro que, só Deus sabe?

Queria ser Deus. Talvez o espelho que Ele nos reflete esteja virado pro sol, porque me chama a atenção todos os dias, mas tenho medo. E nem sei porque.

Já fiz tantas coisas. Tomei tantas decisões muito mais difíceis.

Aceitei dores que julguei serem intermináveis e lá se vão.

Quando escrevo, dessa forma, tudo parece uma bagunça, mas é como se as coisas começassem a fazer algum sentido. É como ligar para um primo distante e conversar horas e horas, depois de anos sem nos vermos e "colocar a fofoca em dia". Sem julgamentos, sem culpa, sem peso nenhum, além de existir.

Voltar a escrever é como andar de bicicleta, pendendo de um lado para o outro, com medo, as pernas bambeando, sem saber se ao final vamos cair ou seguir.

E é, como dizem, algo de que nunca esquecemos. Nunca desaprendemos.

Com a caneta, já não posso dizer o mesmo. Bendito computador!! 

E até acho que mudei um pouco meu rumo.

Sempre fui fanática por poesias e poemas e, me deparo com uma história de vida aqui, um "casos de família" trazendo sentimentos e caminhos que nunca sonhei partilhar.

Apenas escritos, corridos, devaneios que me fazem pensar nos artistas que li. Nas histórias que eles contaram e que tanto afetaram a minha vida nesses últimos dias/tempos. 

E, quem sabe um dia eu seja um deles também. Talvez não na mesma magnitude, mas cause algum impacto por aí, onde passar.

Que seja do bem. Que seja para o bem.

Ah, como é bom respirar de novo!



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 Que é a vida?

Um sentimento,

Um desafio?

É recomeço a cada instante.

É retrocesso e é avanço!

Olhar pra trás, 

Andar pra frente.

Encontrar gente.

Sentir saudade.

É mudança,

Pegar avião, trem, andar a pé.

Trocar tudo por nada.

Fazer o nada ser tudo.

Vida é passagem,

Perder amigos nesse caminho. 

Chorar, sorrir, compôr uma canção.

Escrever um poema,

Pra ninguém ler.

É calo nos pés,

Cortes nas mãos,

Dores nas costas.

É sentir falta de um abraço quente.

Um pedaço de bolo de chocolate.

Sair cedo, chegar tarde,

Dormir muito, viver pouco.

Juntar dinheiro,

Comprar da China,

Usar chinelo, 

Cortar o cabelo,

Sentir saudade, eu já falei?

Correr pro mar,

Sentar e olhar,

Tentar achar no horizonte,

Uma pontinha de fé.

Na humanidade, 

Nessa estrada, chamada vida.

Que te convida a viver,

Todo dia, um recomeço.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

 A gente tem muitos sonhos na vida.

Vai acumulando vontades.

Priorizando desejos.

Vai decidindo aos poucos,

O que quer ser quando crescer.

Vai crescendo enquanto decide.

Viaja, conhece, chora, ri.

A gente vai descobrindo as cores do nosso mundo.

Vai colorindo uma história em branco.

Vai desistindo de ter pra si.

Vive pensando em quem não  está.

Volta no tempo quando sonha.

Pede pro tempo passar depressa.

Recomeça.

Redefine as prioridades.

E segue, seguindo.

 Um dia, você vai acordar e vão rir de você.

Irão dizer que você é fraco, e não é suficientemente bom.

Vão caçoar das tuas fraquezas, vão falar mal até das tuas boas atitudes.

Um dia, você pensará em desistir. 

Vai doer, vai doer muito, você irá chorar, recuar e até agredir com palavras.

Você vai se sentir um peixe fora d'água, um estranho no ninho, um rejeitado.

Você vai achar que o mundo inteiro está contra você, talvez até você mesmo, com seus pensamentos negativos.

Ainda assim, você continuará sendo bom. Você vai se orgulhar de quem você é, independentemente do que digam. Você vai sorrir, mesmo que esteja aos prantos por dentro, vai agradecer cada uma das críticas que se voltarem conta si.

Um dia, você vai entender que não é de todo o mal ser motivo da chacota alheia, que não é o fim do mundo ser piada, ou ser assunto.

Um dia você vai rir também, sem que seja de desespero.

Vai comemorar uma conquista atrás da outra, cada uma das suas vitórias.

Vai sentir orgulho de ter se encorajado a seguir em frente. De ter olhado nos olhos do seu traidor, de ter subido mais degraus, sem usar a cabeça de outras pessoas como passarela.

Um dia, tudo vai ser uma velha história, uma passagem da vida, um ciclo fechado.

Um dia, o medo deixará de te abraçar, a insônia vai ser só quando decidires ver filme, comendo pipoca.

O cansaço, de tantas lindas viagens e andanças pelo mundo. 

Eu sei que, um dia, tudo fará total sentido. Pra mim e pra você.

Enquanto não fizer, bota um sorriso na cara e segue o baile. (Regressive #7)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

 Eu sou nada 

Diante da grandeza do mundo 

Da incerteza do meu próprio saber 

Eu sou nada, além de ser.

Sou poeira descabida

Não encaixo em lado algum

Ando voando de um lado pro outro

A fugir de mim.

Sem me encontrar. 

Anulei minha voz,

Distraí meu tempo

Com as horas cheias de problemas dos outros.

Dividi meu coração e meu peito

Entre coisas que nem sei mais

Não encontro a saída, e mal me lembro por onde entrei. 

Eu que cheguei aqui,

Carregada de nada além do medo.

Que foi a única coisa que não larguei

Talvez, a úncia que não me abandonou.

Qual a sentença?

Por qual caminho vou agora?

Vagando por entre nadas

Correndo pra lugar algum. 

Em meio a tanta desgraça

A maior é nem saber quem sou. 




















terça-feira, 24 de novembro de 2020

 A notícia que chega, do nada.

Mais uma vez, da morte. 

Que caminho é este, tão perto?

O abismo que fica a um passo. 

sábado, 14 de novembro de 2020

Valentine

 Lembro de quando você chegou, pra mim.

O meu coração só sabia dizer sim.

Trouxe, contigo, alegria e amor sem fim.

Fez o meu dia e o meu mundo mais feliz.


E, certa vez, você se foi.

Levou um pedaço do meu coração e todo o meu amor.

Deixou um vazio, e saudade sem fim. 

Ficou teu sorriso e teu cheiro,

Tu, flor, eu jardim. 


Voltei pra você, te encontrei outra vez.

E meu coração, dessa vez, se refez.

Busquei teu abraço e não quis mais sair.

E, mais uma vez, tive que te ver partir.


Não sei que razão quer te tirar de mim.

Mas nada te arranca da minha vida assim.

Te levo em meu peito, por onde eu for.

Mesmo tão pequena, é o meu grande amor.


E, talvez não entenda, e nem tenha razão.

Um dia eu te conto a minha versão.

Um dia eu encontro uma explicação.

Mesmo sem ter porquê, mesmo sem ter porquê.



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Olhei pro lado e lá estava ela.
A dor do outro que doeu em mim.
E quando me dei conta,
Percebi que a minha dor não existia.
E quanto mais eu pensava, mais doía!
Porque dói a dor do outro no meu ego.
Doí sentir que não posso fazer parar de doer no outro.
Sinto, a dor, mas sinto mais por tanto te doer.

sábado, 9 de maio de 2020

Sedenta desse alimento pra alma.
Palavras que não são minhas, mas me deixaram à míngua.
Corro ao redor do nada, indo pra lugar algum.
Presa na minha própria existência.
Sobrevivo à carência dessa arte,
Que me consome, que me abandona
Ou que eu o faço, sem perceber, todo dia mais.


domingo, 12 de abril de 2020

Acelera tempo,
Acalenta o peito que já não bate mais em harmonia.
Perdeu o ritmo, perdeu a hora.
Perdeu a sintonia.
O poema é só lembrança.
Primavera é da janela.
O pé lá fora, risco demais pra correr nessa altura.
O espirro é um alerta.
O dia é noite, à noite é dia.
Agonia sem fim, mas que haverá de passar.

 Alma pequena, nunca valeu a pena. Nunca foi bonito não ter empatia. Porque agora tem de ser? Querer encontrar sentimento, onde só existe nú...