quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

 Eu sou nada 

Diante da grandeza do mundo 

Da incerteza do meu próprio saber 

Eu sou nada, além de ser.

Sou poeira descabida

Não encaixo em lado algum

Ando voando de um lado pro outro

A fugir de mim.

Sem me encontrar. 

Anulei minha voz,

Distraí meu tempo

Com as horas cheias de problemas dos outros.

Dividi meu coração e meu peito

Entre coisas que nem sei mais

Não encontro a saída, e mal me lembro por onde entrei. 

Eu que cheguei aqui,

Carregada de nada além do medo.

Que foi a única coisa que não larguei

Talvez, a úncia que não me abandonou.

Qual a sentença?

Por qual caminho vou agora?

Vagando por entre nadas

Correndo pra lugar algum. 

Em meio a tanta desgraça

A maior é nem saber quem sou. 




















terça-feira, 24 de novembro de 2020

 A notícia que chega, do nada.

Mais uma vez, da morte. 

Que caminho é este, tão perto?

O abismo que fica a um passo. 

sábado, 14 de novembro de 2020

Valentine

 Lembro de quando você chegou, pra mim.

O meu coração só sabia dizer sim.

Trouxe, contigo, alegria e amor sem fim.

Fez o meu dia e o meu mundo mais feliz.


E, certa vez, você se foi.

Levou um pedaço do meu coração e todo o meu amor.

Deixou um vazio, e saudade sem fim. 

Ficou teu sorriso e teu cheiro,

Tu, flor, eu jardim. 


Voltei pra você, te encontrei outra vez.

E meu coração, dessa vez, se refez.

Busquei teu abraço e não quis mais sair.

E, mais uma vez, tive que te ver partir.


Não sei que razão quer te tirar de mim.

Mas nada te arranca da minha vida assim.

Te levo em meu peito, por onde eu for.

Mesmo tão pequena, é o meu grande amor.


E, talvez não entenda, e nem tenha razão.

Um dia eu te conto a minha versão.

Um dia eu encontro uma explicação.

Mesmo sem ter porquê, mesmo sem ter porquê.



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Olhei pro lado e lá estava ela.
A dor do outro que doeu em mim.
E quando me dei conta,
Percebi que a minha dor não existia.
E quanto mais eu pensava, mais doía!
Porque dói a dor do outro no meu ego.
Doí sentir que não posso fazer parar de doer no outro.
Sinto, a dor, mas sinto mais por tanto te doer.

sábado, 9 de maio de 2020

Sedenta desse alimento pra alma.
Palavras que não são minhas, mas me deixaram à míngua.
Corro ao redor do nada, indo pra lugar algum.
Presa na minha própria existência.
Sobrevivo à carência dessa arte,
Que me consome, que me abandona
Ou que eu o faço, sem perceber, todo dia mais.


domingo, 12 de abril de 2020

Acelera tempo,
Acalenta o peito que já não bate mais em harmonia.
Perdeu o ritmo, perdeu a hora.
Perdeu a sintonia.
O poema é só lembrança.
Primavera é da janela.
O pé lá fora, risco demais pra correr nessa altura.
O espirro é um alerta.
O dia é noite, à noite é dia.
Agonia sem fim, mas que haverá de passar.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Quando sair, apague a luz.

Em silêncio,
Tempestade dentro de mim.
Tão juntos que a distância aumentou.
Lacuna no peito.
No tempo, no espaço.
Lacuna no abraço.
Cansaço de todos os lados,
De todas as formas.
Nos torna indefesos,
Ninguém sai ileso ao caos.
Pandemia é a saudade.


sábado, 4 de abril de 2020

Em tudo o que já  escrevi, tinha você.
Em todas as linhas, até entrelinhas, tinha nós.
Nosso amor e nossa fé na vida.
Tinha mais do que tudo.
Além do que já se viveu, do que viveremos.
Tinha sempre o nosso jeito.
Tinha a minha insegurança, a sua coragem.
Tinha sempre a nossa esperança no mundo.
Sempre teve paixão!
Longas madrugadas, aulas perdidas.
Tinha música, em tudo.
Até quando não tinha.
Até quando era triste, tinha a gente lá.
E até quando não tinha nada,
O silêncio era a nossa fala.
Era onde a gente se abrigava pra ter mais o que dizer.
E sempre tínhamos.
Sempre achávamos saída pra cada labirinto,
Que a nossa própria cabeça criava quando pensávamos ser o fim.
E era só o começo.
Novos tempos, distância, saudade.
Que deu oportunidade pra ser a gente de outra maneira.
Mais uma vez.
E, outra vez, era nós.
E, talvez, seja sempre.
Nessa vida, nesse mundo, quarentena.
Um oceano de distância.
Um único pensamento, e...
Lá estaremos, de novo e sempre.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Uau! Eu acho que nunca fiquei tanto tempo sem escrever algo aqui.
Por mais inútil que fosse.
Bem... Acho que está na hora de retomar meus pensamentos.
Here we go!

 Alma pequena, nunca valeu a pena. Nunca foi bonito não ter empatia. Porque agora tem de ser? Querer encontrar sentimento, onde só existe nú...