segunda-feira, 26 de abril de 2010

minha menina

Escrever pra você
Assim como tudo mais que tenho feito nos meus dias
Assim como a razão que me cerca
As luzes, as cores, sabores, amores.
O cheiro de fruta, tão doce flor que me invade
Saudade que canto
Não cessa meu pranto
Das dores de falta, com data marcada.
Selada a angústia, com a noite tão fria
Solitária, tão minha, sozinha, sem você.
Minutos contados, até que caiamos.
Arrancados, de novo, do farto acalento
Do nosso, só nosso, momento
Das juras e risos, sem culpa e sem medo
Partindo do, descarado, segredo
De amar e ser.
Completos de nós mesmos
Carícias e carências
Absurda saudade de ontem pra cá
Desde sempre.
E, na minha desenfreada procura
Sumindo, pra longe de mim
De frente ào meu próprio eu
Te encontro. Te busco
Querendo, sempre e pra sempre *-*
As nossas, tamanhas, loucuras
Pirraça, malícia e desejo.
Cada gesto, cada beijo.
De quando vejo em seus olhos
Os meus tão, claramente, refletidos
silêncio. Silenciando o nosso tempo
O nosso mundo, parado
Cercado de nada
E a chuva, gelada
Correndo meu corpo
Cada curva, nesse jogo
Nessa estrada rectilínea.
Peregrina distração
Companheira dos meus dias
Tão distantes de fim
De quando não tenho pra mim
Aqueles, tão nossos, dias
A cama, agora, vazia
Farto saudosismo
Abismo!
Desespero vago.
De tudo que, aqui dentro, trago
Todo meu amor por você.
Toda a minha vida que te entrego a cada dia
Cada passo, cada esquina.
Minha menina, tão minha *-*

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