Lá do meu imaginário
Sonho louco, apenas sonho
Imagem de um relicário
Guardada dentro de mim
Das lágrimas que vi caindo
Nos dias antecedentes ao fim
Seguia dos passos seus
Tão meus, suados e firmes
Perdidos naquela esquina
Incidentes, tempestades
Tamanha necessidade
Por algo que nem começou
Que mesmo assim, marcou
Os dias que foram meus
E tudo que ofereceu
E tudo que ofereci
A mão que, de noite, estendi
Calada na cama ao lado
Sentia que o tempo, parado
Corria pra longe enfim
Negava, de novo, assim
A vontade que me invadia
E, hoje, a cama vazia
Me faz acordar do sonho
Esquecer do que foi dito
Relembrando a cada instante
E a saudade, o semblante
Daquela, que tão distante
Deixou um atalho no peito
Emprestou-me o defeito
Da coragem permitida
Pelas noites mal dormidas
Velando teu sono bom
Marcando, suave, o tom
Das notas de uma canção
Não cantada, nem escrita
Retalhada, interrompida
Pelo recomeço do seu fim.
quarta-feira, 3 de março de 2010
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